A utilização da terapia cognitivo-comportamental com casais, com base nos conceitos desenvolvidos por Beck não é tão recente. Este tema começou a ser mais pesquisado desde meados da década de 1980.

Determinados procedimentos e técnicas que antes vinham sendo aplicados no tratamento de transtornos mentais específicos – depressão e ansiedade – começaram a ser adaptados para a intervenção em problemas de ordem conjugal.

Pela ótica da Terapia Cognitiva, considera-se que muitos problemas vivenciados dentro dos relacionamentos também poderiam estar relacionados às cognições disfuncionais de ambos os parceiros (como o papel negativo dos pensamentos, crenças, expectativas, atribuições, entre outros, na qualidade dos relacionamentos íntimos).

Del Prette e Del Prette – importantes pesquisadores no campo das relações interpessoais – destacam que as dificuldades generalizadas de expressão de sentimentos positivos e déficits nas habilidades interpessoais estão diretamente relacionados com as origens e manutenção de diversos problemas conjugais.

Estas habilidades são entendidas como comportamentos que contribuem para minimizar conflitos e maximizar a satisfação  nas  relações  familiares pois  ajudam na  resposta  de  forma  funcional e adequada  às  necessidades  interpessoais no contexto conjugal.

Outra abordagem muito robusta para aperfeiçoar sua prática clínica é a Terapia do Esquema. No atendimento com indivíduos e casais – cuja queixa está relacionada com relacionamentos íntimos – a contribuição da Terapia do Esquema é inestimável. Esta abordagem propõe que a compreensão da seleção disfuncional de parceiros pode constituir um processo esquemático disfuncional de manutenção interpessoal dos EIDs. Quando é o caso, um paciente pode revelar tendência a selecionar parceiros que se comportem de determinada forma na relação,confirmando seus EIDs nucleares e ativando seus modos esquemáticos.